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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Maracatu: o rítmo que une cidades e corações em uma só batida.

A minha impressão sobre a visita aos grupos de Maracatu. Horas maravilhosas, experiências enriquecedoras.

Quando estava próximo o trabalho de conclusão de curso, comecei a pensar sobre o que faria. Foi uma decisão difícil, afinal é um trabalho que pode definir a minha vida profissional dentro do jornalismo. Mas lá no fundo eu já queria mexer com música, ou algo relacionado a arte. É o que eu realmente gosto. Então a Savana, deu a ideia de fazermos sobre grupos de Maracatu em São Paulo, no início me assustei mas aceitei esse tema. E ví que seria um grande desafio.
Depois de toda a parte teórica começamos as visitas aos grupos, uma odisséia certamente. Mas sem esforço não teria graça não é mesmo? E só estamos no começo!
Começamos com o grupo Baque Sinhá, formado só por mulheres que ensaiava no Obelisco do Ibirapera, num domingo de sol e muito sol mesmo. Eu ouvi aquelas batidas e me senti outra pessoa, eu estava em êxtase e achei fantástico! Era música genuinamente brasileira longe das grandes orquestras ou dos grandes instrumentistas, sem os holofotes dos grandes palcos e câmeras de televisão mas que era feita por gente com pés no chão e coração bem verde-amarelo.
Percebi que é uma parte da nossa cultura pouco divulgada, com pouco valor para a maioria que se limita apenas a Chico Science e Nação Zumbi. Vi muito além disso, embora tenha sido alavancado por eles.

Essa parte da nossa cultura regional não pode morrer! É lindo, é nosso! é só nosso. E se a gente não valorizar o resto do mundo vai valorizar e levar os louros da fama.
Tem também o grupo Bloco de Pedra, no bairro do Sumaré. Um amontoado de gente unidos pelas alfaias e pelas danças coloridas que rodam das saias das moças que dançavam. Era mesmo contagiante, ficar parado quase impossível. Lá tinha gente de todo jeito, cor, credo e classe social. Tudo isso porque estão cansados de saber que a música não vê barreiras, seja ela regional ou erudita não importa MÚSICA É SEMPRE MÚSICA!
No Brasil, acostumaram-se a dizer que música não dá dinheiro, é mentira. O problema é que os bons músicos não são valorizados e a arte não tem patrocínio. Quem toca mantém a obra com recurso do próprio bolso e assim é com os instrumentos. Finalizo essa minha primeira impressão com a visita ao grupo Porto de Luanda, em Itaquera. Estão muito próximos do Engenhão, o estádio do Corinthians e que talvez seja usado pra Copa do Mundo ou Olimpíadas. Nele é investido milhões, enquanto esse grupo toca numa escola, super simples e por pessoas que amam o que fazem. O músico e professor Sílvio, é quem ensina com tanta paciência crianças que nem doze anos tem direito, repetindo os toques nas alfaias quantas vezes forem necessários. E qual a parte boa de tudo isso? A música pode mudar o futuro da nossa geração! Eu acredito!

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